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Arte e Saúde Mental

Saúde mental é assunto sério, tão sério que setembro todo é dedicado para falar sobre o assunto.


E o que ARTE tem a ver com o Setembro Amarelo? Algumas respostas são possíveis, seja passando pelo histórico de alguns artistas, passando pela influência da arte sobre os nossos sentimentos, até os testes que alguns países têm feito, receitando visitas a museus como parte do tratamento.


Mas quando o assunto é sério, a gente chama quem tem propriedade no assunto para falar. Por isso nessa semana, convidamos a psicóloga Aline Magnus, do Ser - Centro Clínico e de Avaliação Psicológica, para falar sobre a relação entre arte e saúde mental.

 

A arte acompanha o nosso desenvolvimento enquanto seres humanos desde sempre, evoluindo conosco com o passar dos séculos. Mas colocar a arte ao lado da psicologia e, por consequência, da saúde mental, não é algo que costumamos fazer de forma automática, na rotina do dia a dia. Porém, há muito em comum entre as duas, tanto uma, quanto a outra são plurais e subjetivas. E, além disso, possuem um grande potencial de transformação separadas, como também entrelaçadas. Afinal, não é atoa que as campanhas anuais de promoção à saúde são relacionadas com as cores: janeiro branco; outubro rosa; novembro azul, o então presente setembro amarelo, entre tantas outras.

Girassóis, 1889 - Vincent Van Gogh - Setembro Amarelo
Girassóis, 1889 - Vincent Van Gogh

O girassol é um dos símbolos das campanhas do Setembro Amarelo.

Para Vincent Van Gogh os 'girassóis' deveriam simbolizar gratidão.

Quando falamos em arte, falamos de um mundo. Um mundo de diversas expressões, que possuem seus próprios mundos particulares. A dança, a música, a escrita, a pintura, são esferas que dificilmente conseguiremos esgotar o conhecimento e a prática (assim como a psicologia, diga-se de passagem).



E, meu desafio aqui é poder mostrar, de que formas a pintura pode influenciar na nossa saúde mental. Para isso, te convido a observar as duas pinturas que estão logo abaixo e identificar quais sentimentos e emoções elas te despertam:



Mesmo que os sentimentos e emoções despertados em cada uma delas passe pela subjetividade do observador, ainda é seguro afirmar que, se comparadas, essas obras afloram algo diferente, seja pelas cores, pelas formas ou pelo o que elas representam. Dessa forma, podemos entender que mesmo de forma passiva, a pintura pode influenciar diretamente na forma com que nos sentimos.



Ao visitar um museu, atente para a obra que lhe causou mais impacto.

Nesta, pare, observe, entenda e tire alguns minutos para traduzir o sentimento que esta arte lhe  transmite. 

Podemos também, relacionar a expressão artística como forma de atividade terapêutica. Assim, experimente desenhar livremente em um momento em que você esteja com uma irritação extrema e depois repita a mesma atividade em um momento em que você esteja se sentindo repleto de amor.


Compare os dois desenhos e depois venha me contar o que você descobriu.

Além disso, através da prática da pintura, cria-se a oportunidade de entender e elaborar os sentimentos, emoções e pensamentos que podem se manifestar de forma confusa na nossa mente.


Self-Portrait, 1889- Vincent Van Gogh
Self-Portrait, 1889- Vincent Van Gogh

Identificado somente no início deste ano como um autorretrato genuíno de Vincent Van Gogh, a obra ao lado, segundo especialistas, mostra os efeitos do primeiro grande ataque de psicose que o artista holandês sofreu enquanto estava internado no sanatório de Saint-Rémy, no sul da França.




A verdade é que a pintura, assim como todas as outras formas de arte, pode ser uma grande aliada em momentos e fases difíceis. Porém, é importante ressaltar, que de forma nenhuma, a pintura, vista como estratégia terapêutica, substitui um tratamento psicológico, caso este for necessário.


Por fim, deixo como indicação, o filme brasileiro Nise – o coração da loucura. Nele, é possível vislumbrar um exemplo de como a pintura se alia a saúde mental de forma a potencializar as intervenções psicológicas e, por consequência, trazer qualidade de vida para as pessoas naquele contexto.










 


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